Biografia de Manuel Henrique Pinto

Biografia de Manuel Henrique Pinto

 

Pintor do Naturalismo. Com Malhoa descobre o «Figueiró das Cores», com ele inicia a dita «odisseia rústica». Nascido em Cacilhas a 15 de Março de 1853. Cursou a Academia de Lisboa, onde foi discípulo de Joaquim Gregório Prieto, Tomás da Anunciação e Simões d’Almeida Júnior. 

Expõe pela primeira vez na 10ª Exposição da Sociedade Promotora das Belas Artes (1874) três Paysagens tiradas da outra banda. E participa nos Concursos para Pensionista no Estrangeiro de 1874 e 1875 com os resultados conhecidos: a anulação dos mesmos. Só voltará a expor em 1880. Presente nas três últimas exposições da Promotora, recebe medalha de 3ª classe com distinção em 1884. 

Pelos mesmos anos iniciam-se as Exposições de Quadros Modernos do Grupo do Leão, regulares entre 1881 e 1888/89. Henrique Pinto participa em todas elas, assiduidade só partilhada por Ribeiro Cristino, Malhoa, Silva Porto e João Vaz. No quadro de Columbano, O Grupo do Leão, 1885, lá o encontramos abancado à cabeceira da mesa, dando a direita a Malhoa e a esquerda a Vaz, os grandes amigos das jornadas «ar-livristas» e cuja relação nunca se perderá. 

Participa na Exposição Industrial de 1888, medalha de cobre, com Paizagem no Alentejo e mais três quadrinhos de Portalegre. 

Na década seguinte, já em Tomar, é um dos Sócios Fundadores Correspondentes do Grémio Artístico. Participa em oito das nove exposições organizadas pelo Grémio entre 1891 e 1899. A Caça dos Taralhões, pintada em Figueiró, faz sucesso logo na mostra inicial. E com Adormecido, 1891, recebe a terceira medalha na 2ª do Grémio (1892), a primeira onde são atribuídos prémios. 

À Exposição Universal de Paris (1900) envia A Ceia, menção honrosa, tela desaparecida no naufrágio do regresso. 

Com o virar do século, como Sócio Fundador Correspondente da Sociedade Nacional de Belas-Artes estará presente em todas as exposições até à data da sua morte. Segunda medalha na 3ª da SNBA (1903), com Dar de Comer aos que Têm Fome, 1902 - depois conhecido como O Almoço. É de novo galardoado na mostra seguinte com nova segunda medalha (1904), ano em que não são conferidos prémios mais elevados, quando apresenta As Velhas (do Café), O Pífaro Novo e Pescadores do Nabão, entre outros trabalhos.

Na Exposição Nacional no Rio de Janeiro (1908) recebe a medalha de ouro.

A par da pintura, M. Henrique Pinto abraça a vida de Professor do novo Ensino Industrial, como alguns dos seus amigos do Leão. Logo em 1884 vai para Portalegre organizar a abertura da Escola Fradesso da Silveira. Transfere-se para Tomar em 1888, ocupando durante mais de duas décadas o lugar de Director da Escola Jacôme Ratton. Com a República vai para Lisboa para a Escola Marquês de Pombal, nomeado Director, não chega a tomar posse do cargo. Morre a 26 de Setembro de 1912, ao fim de mais um verão em Figueiró dos Vinhos. 

No ano seguinte, na 10ª Exposição da SNBA, perto de duas dezenas de quadros seus são de novo mostrados - «sendo destinado um lugar especial aos trabalhos do saudoso amigo» - conforme palavras sentidas de João Vaz.

LBG.